Este novo surto do coronavírus pode não estar a afetar apenas a forma como as pessoas se relacionam, mas também a forma como a população encara a habitação e a forma de viver.
Estaremos nós perante um suposto êxodo urbano?
Muitas pessoas começam a pensar em mudar de vida e procuram casas nos arredores das grandes cidades.
Outras, que já possuíam casa fora das cidades mudaram de vida e foram viver para as periferias e casas nas aldeias.
O confinamento que por qual todos passámos faz repensar velhos hábitos que já estavam intrínsecos em todos nós há muitos anos.
O mundo teve de se adaptar ao teletrabalho, a casa passou a ser o local de trabalho de muitas pessoas.
O que outrora era apenas um dormitório, tornou-se num local intensamente explorado e vivenciado.
As pessoas começam a encarar a palavra casa não só como o local onde paticamente apenas faziam uma refeição por dia e dormiam e passam a pensar na casa como um “refúgio bucólico”.
De repente assiste-se a um interesse por aldeias praticamente abandonadas para passar os fins de semana. Para fugir do resto das pessoas e procurar o campo, a natureza e não estar confinado a um apartamento ou a uma casa onde dificilmente possam usufruir de um espaço verde.
Porquê não usufruir de uma casa com mais espaço verde onde podemos calmamente usufruir da natureza e de um banho de piscina?
Dezenas de pessoas pedem projetos de piscinas, as piscinas praticamente esgotaram.
As empresas que vendem piscinas queixam-se de falta de material.
A procura por uma mudança intensifica-se cada vez mais.
Mais do que nunca a palavra CASA ganha outro significado.
Pedem-nos projetos de arquitetura em que a zona de estar no exterior da casa tem tanta ou mais importância que o próprio quarto ou cozinha.
Pedem-nos ajuda para transformar espaços que estavam esquecidos em espaços de estar e de refeições ao ar livre.
Pedem-nos projetos de arquitetura com escritórios mais generosos porque para muitos o escritório agora tornou-se no local de trabalho, no local de teletrabalho.
O que outrora era um espaço abandonado começa a tornar-se numa pequena horta.
As pessoas começam a procurar locais mais calmos, com um paisagismo mais cuidado, em que o vizinho deixa de ser o inimigo e passa a ser uma árvore de fruto…
Estará a arquitetura a atravessar um êxodo urbano?